quarta-feira, março 02, 2005

António Vitorino

Se se confirmar a notícia do Jornal de Negócios de que António Vitorino não fará parte do novo governo, para integrar um dos maiores escritórios de advogados nacionais, é muito triste. É triste porque é sinal de que o Dr. Vitorino trai aqueles que votaram no PS (também) baseados nos sinais enganadores que ele transmitiu ao aceitar elaborar o programa de governo deste partido. É óbvio que muitos votaram no PS acreditando que ele não recusaria um cargo de ministro num novo governo socialista e é óbvio que ele não foi ingénuo ao transmitir sinais enganadores. É triste porque dá a ideia que Vitorino, que é respeitado por grande parte dos Portugueses pela sua competência e honestidade, se põe a jeito para ser um activo precioso numa destacada empresa da actividade de venda de serviços de lobby político, que é uma das linhas de negócio em que os grandes escritórios de advogados se especializaram. É triste porque confirma a ideia que, mesmo dos políticos que mais consideramos, não podemos esperar atitudes patrióticas.