segunda-feira, abril 25, 2005

A'frica

Este postalito (infelizmente, nao ilustrado e com falta de acentos portugueses) e' para vos dizer que amamos Africa, tal como a amam as manas Jardim. A Mituxa ainda nao apareceu aqui em Bazaruto, mas deve estar a caminho.

Bom descanso,
beijos e abracos

AR e RA

segunda-feira, abril 18, 2005

Fruta

Degusto cego
o suor dos bagos
rente à pele dura

fendo a negra resistência
esfera
armadura

e no vinho que advém
onde a língua acaba
adivinho: jabuticaba


(António Fernando de Franceschi)

quinta-feira, abril 14, 2005

Os títulos das novelas

Se é difícil entender porque é que as traduções dos títulos de filmes são tão más, mais difícil é entender como é que são escolhidos os títulos das novelas portuguesas. "Morangos com açúcar", "Ninguém como tu", "Mistura fina", só para citar o trio de ouro da TVI, são exemplificativos. O que é que querem dizer? Terão sido escolhidos aleatoriamente? Terão escondidas mensagens do Bin Laden para operacionais em Portugal? Terão mensagens maçónicas? Serão recados de um funcionário da TVI à sua amante? Terá a ver com tráfico de droga?

Ser prá frentex não é fácil

Depois de termos assistido a Santana Lopes, no primeiro debate com Sócrates, a declarar o seu amor à biodiversidade, numa tentativa de afirmação de que é um tipo "prá frentex" em relação aos hábitos sexuais dos portugueses, assistimos esta semana, no fantástico Quinta das Celebridades II, ao pseudo-actor Gonçalo Diniz dizer que estava chocado com a expulsão da filha do Néné (a tal transexual). Diz ele que não quer acreditar que o povo português a expulsou por "racismo" e que nesse caso tem vergonha de ser português.

P.S. Sim, eu gosto mesmo da Quinta das Celebridades. Os meus preferidos são o Batanete, a Rute Marques, o Gonzo (um trio de porreiros apesar do Gonzo ser um bocado irritante e estar sempre a dizer "minimamente"), a Lili Caneças e mesmo o Gonçalo da Câmara Pereira (que eu odiava mas que me conquistou). Gosto de ver a Elsa Raposo, inchada de comprimidos, a espalhar ninfomania e inveja da Rute Marques. Adoro assistir à Alexandra Fernandes a falar da "porquinha" e da "vaquinha" e a levar os outros ao desespero de tão chata que é. E gostava da Arlinda nos seus dias de ataque ao Câmara Pereira (agora ela anda um bocado em baixo). O Diniz é um anormal mas entretém de tão estúpido que é.

segunda-feira, abril 11, 2005

Uma casa portuguesa - parte II

Este é o tão esperado post sobre o modo como o português transforma, beneficiando, o seu mundo outdoors. O afinco com que se dedica a esta actividade não é comparável, no entanto, ao entusiasmo com que 'alinda a sua vivenda'. Como sabemos, o tuga é todo asseio e cuidado só da porta para dentro, porque o seu canito pode cagar o passeio todo à vontade e lixar a manhã ao transeunte, que é pró lado que ele dorme melhor.

Apesar de tudo, a viatura, instrumento da sua portugalidade, merece também um pouco da sua atenção. Dentro dela, é vulgar encontrarmos alguns (por vezes todos) destes artigos:

- bailarina, espanhola matulona versão mini e terço, tudo a dar que dar, pendurados no espelho retrovisor.
- Esteira de bolinhas a cobrir o banco do condutor, para evitar a dor nas cruzes (o tuga saudável e mánovo, que não se queixa da espinha, prefere um carpélio fofinho, tipo ovelha amarelada, que também não está nada mal).
- Cão a pilhas, que diz que sim, assentadinho lá atrás. Normalmente não ladra quando aparece um ladrão para gamar o auto-rádio, mas o dono, tendo-se afeiçoado a ele, venera-o como se de um cão polícia se tratasse.
- Bandeira de Portugal a forrar o encosto da cabeça ( item novo, aderivado à febre do Euro).
- Fotografias do casalinho (em tendo) por cima do porta luvas - este item, infelizmente, está em vias de extinção.
- Pinheirinho de cheiro (se couber, pendurado no retrovisor), para aromatizar de eucalipto, o ar infecto de flatulências e fumo de kentucky.

Para a próxima vou desenterrar os invulgares hábitos da construção portuguesa, que o que o Tuga gostava, na realidade, era de ser arquitecto.

sexta-feira, abril 08, 2005

Moda Gastronomica

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Carnes Frias
Salada Russa
Galantine
Arroz à Valenciana
Maionaise de Gambas
Gelatina
Bifinhos com muitas natas e cogumelos
Espargete Carbonara (também ele afogado em natas)
Escalopes
Mini Prato (qualquer que seja, é chique)
Papo seco, de preferência servido dentro de um saco de plastico fechado
Alimentos da Diese
Ratatouille
Crepe-suzette
Banana pha si
Churros
Algodão Doce

O que ouve o Tom Waits?

Para além desta lista, o Almiscarado conseguiu saber que logo a seguir surgem:

Martinis & Bikinis - Sam Phillips
Shakin’ the Rafters - The Abyssinian Baptist Gospel Choir
Screamin' and Hollerin' the Blues - The Masked Marvel
Modern Sounds in Country and Western Music - Ray Charles
Harry Partch Collection Vol 1
Let The Buyer Beware - Lenny Bruce
Last Sessions - Leadbelly
Ompa Til du Dør - Kaizers Orchestra

quinta-feira, abril 07, 2005

"Tu és uma grande senhora do blog Português"

Isto dos blogues já começa a ser um bocado irritante. Tirando alguma excepções, como o extraordinário Almiscarado, os outros Blogs andam a resvalar para a onda do elogio público mútuo permanente (tipo Carlos do Carmo a elogiar Marco Paulo "pelo grande cançonetista sempre foi"...). Antigamente discutiam (política principalmente) e mandavam umas bocas uns aos outros, mas agora é só mandar parabéns pelo aniversário dos blogues, elogios mútuos, e outras parolices do género. Já são todos amigos? Andaram todos no mesmo colégio?
Se acham que eu estou a exagerar por favor consultem o post de segunda feira do Bomba Inteligente.

Uma Casa Portuguesa

O post do AR sobre a Marquise, incontornável ex-libris da cultura arquitectónica portuguesa, lembrou-me uma lista infindável de particularidades lusitanas, difíceis de encontrar noutras paragens. Algumas delas, confesso, nunca vi ao vivo, no entanto, amigos meus mais viajados 'para fora cá dentro', asseguraram-me da sua existência:

In doors

1) Espanhola matulona vestida de sevilhana (normalmente vestido encarnado), sentadinha na cama de corpo e meio em cima de colcha de renda branca de bilros (porquê uma espanhola??? Não podia ser antes uma nazarena de sete saias?).

2) Poster de papel ou acrílico, em casas mais abastadas, emoldurado(também os há em versão calendário) de 'menino' com lágrima (percebe-se porque é que chora).

3) Nossa Senhora de Fátima com luz própria (assim para o azul fluorescente), que, na sua versão mais sofisticada, muda de côr conforme o tempo (Nossa Senhora de Fátima-Weather Channel).

4) Móvel bar de canto - é um armário que, normalmente, faz esquina ocupando duas paredes da sala. A originalidade está no tamanho (maior do que a própria sala), nos vidrinhos biselados e na função bar com bancos altos.

5) Corredor forrado de azulejos de casa de banho até meio da parede – este décor, vi em todas as casas suburbanas que o José Castelo Branco é chamado a redecorar no seu programa ‘Bon Chic’.

Nota: há, INCLUSIVAMENTE, casas onde podemos encontrar todos os artigos acima.

Para uma próxima oportunidade, ficarão as particularidades outdoors. Deixo aqui um teaser: Casa na terra, com duplas assoalhadas (que é lá isso de duplas assoalhadas? Depois verão).

quarta-feira, abril 06, 2005

Sem comentários

Acabo de ler (iol) o seguinte: a idosa e senil provedora Catalina Pestana disse hoje, na sessão de julgamento, que Bibi era muito querido na Casa Pia, todos gostavam muito dele, desde os homens das obras até aos alunos.

Pronto, quer dizer... ó minha amiga, quem é amigo não abusa. Depois não se admire se o mandarem cá para fora. O burlão! Vigarista! Neste país, quem é rico safa-se sempre! Vai lá vai...

segunda-feira, abril 04, 2005

João Paulo II


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Aqui fica a fotografia de um homem cuja vida e morte nos comoveu a todos, católicos e não católicos.

sábado, abril 02, 2005

Marquises

As nossas cidades foram brindadas nas últimas décadas por algumas verdadeiras aberrações arquitectónicas que nunca deveriam ter sido construídas. Como se isso não bastasse, os habitantes das nossas cidades decidiram que os seus prédios necessitavam de algumas alterações à sua fachada. Movidos pelo impulso de conquistar alguns metros quadrados de área coberta (o chamado Síndroma do Avançado), os cidadãos decidiram amarquisar uma grande percentagem das varandas, que eram característica obrigatória dos edifícios construídos entre os anos 60 e 90. O Português, nos anos 70 e 80, encheu a cidade de mini-estufas, anarquicamente distribuidas pelas fachadas da cidade. Zonas e prédios feios passaram a ser horríveis; prédios interessantes passaram a ser feios. Os tugas gastaram dinheiro a amarquisar mas nunca o têm para mandar pintar as fachadas...
As marquises são alterações à traça original dos prédios, a projectos aprovados. São ilegais. Se algum candidato a presidente da CML prometer o ataque à marquise terá o meu voto. Morte à marquise.


There's a Riot Goin' On

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Em 1967 apareceu uma banda americana composta por pretos e brancos, homens e mulheres e que misturava soul e rock. Era liderada pelo compositor das canções, o visionário Sly Stone, que para além de ser um músico genial se destacou pela sua mega carapinha. Depois de uma ascenção meteórica o Sly Stone passou-se: começou a abusar de cocaína e a rodear-se de más companhias. Em 1971, no auge da sua forma criativa e do deboche, pôs-se a gravar o disco There's a Rion Goin' On. Fê-lo numa mansão em Los Angeles entre orgias de vários tipos e, na verdade, não se sabe muito bem quem é que tocou o quê. Sabe-se que foi grande parte tocado pelo próprio Sly e que por lá passavam amigos ilustres como Miles Davis, Bobby Womack, Herbie Hancock, que davam uma perninha nas gravações. Sabe-se também que, o Sly Stone decidiu utilizar umas coisas ultra modernas chamadas caixas de ritmos. O resultado é um disco de soul/funk/rock espesso, escuro e muito, muito bom.