quinta-feira, março 31, 2005

As melhores canções de sempre

A magnífica canção 'Aqui já não dá', composta por Tó Leal, é, afinal, um original espanhol. Não deixa de ser triste constatar, anos depois, que o 'alien divino' não é um conceito peregrino do imaginário português. Aqui fica a letra na língua de nuestros hermanos, para que não haja dúvidas. Eu, por mim, vou continuar a cantar 'Aqui já não dá, aqui já não dá, que apareça um alien divino e nos leve p'ra lá'.


ALIEN DIVINO (Germán Coppini)


La gente continúa
luchando en la vida,
la gente se viste
mas por dentro envolvemos
el alma en un traje a medida.
La gente persiste
en tener alegría,
la gente asegura
que mañana será
finalmente su gran día.

No perdemos la manía
de tener esperanza.
Que el dios de nuestra infancia
nos venga a enseñar
otro lugar más allá.

No da para más,
no da para más,
que aparezca un alien divino
y nos haga soñar.

segunda-feira, março 28, 2005

Homenagem merecida a grande seriado televisivo


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A cidade é para fazer dinheiro
e se tu és um tipo inteiro
vais passar um mau bocado

vais ver o que custa
não ser ouvido
no meio de tanto homem vendido
em silêncio comprado

quem és tu, zé gato?
o que é que te faz correr
pelos cantos mais sujos desta terra

tu já deves saber
que mesmo quando vences batalhas
estás longe de acabar com a guerra

quem és tu, zé gato?

mas tu és teimoso como um burro
vai na luva ou vem a murro
nada te faz desistir

a luta é de vida ou de morte
mas a consciência é mais forte
e não te deixa fugir

quem és tu, zé gato?
o que é que te faz correr
pelos cantos mais sujos desta terra

tu já deves saber
que mesmo quando vences batalhas
estás longe de acabar com a guerra

quem és tu, zé gato?

és mais um caso de solidão
porque afinal poucos são
os que se entendem contigo

e às vezes é num marginal
que vais encontrar, encontrar a tal
compreensão de amigo

quem és tu, zé gato?
o que é que te faz correr
pelos cantos mais sujos desta terra

tu já deves saber
que mesmo quando vences batalhas
estás longe de acabar com a guerra

quem és tu, zé gato?

sábado, março 26, 2005

O Salvador?



Não sei se viram a entrevista na TV mas gostei de ouvir este senhor. Apesar de quererem fazer dele um D.Sebastião do PSD e do próprio provavelmente também querer assumir esse papel, na minha opinião teve um discurso directo, transparente, lúcido e normal. O que nos dias de hoje é raro de se ver. Esperemos para ver.

quinta-feira, março 24, 2005

Pseudónimos


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Como cromo da música que era, por vezes, depois das aulas, ia à Fonoteca Municipal ouvir discos que me despertavam a curiosidade mas não tinha a certeza de dever comprar. A Fonoteca tinha também jornais e revistas que eu levava para o meu "posto de escuta", para folhear enquanto descobria novas músicas. Numa dessas revistas faziam um apanhado dos discos que uma série de músicos andava a ouvir. O Nick Cave e já não sei mais quem falavam de uns tais Palace Brothers que faziam música country. Eu, que até então era mais pop-rock, começava a interessar-me por outros géneros de música e aquilo do country abriu-me o apetite. Já não me lembro por que ordem é que comprei os discos nem como é que decifrei que os Palace Brothers eram os mesmos que os Palace Music e os mesmos que os Palace Songs e que era um só gajo de nome Will Oldham que mais tarde adoptaria o pseudónimo Bonnie "Prince" Billy, mas de certeza que o Bule_Dogue e o Paveia me ajudaram nestas descobertas pois eles são uns "olheiros" de grande categoria.
Faz este ano 10 anos que foi lançado o Viva Last Blues, que continua a ser para mim o melhor disco do Will Oldham. É um dos meus discos preferidos.

A Bábá vai longe

Manuel Maria Carrilho vai ser o candidato do PS à Camâra de Lisboa, e acrescente-se, com grandes possibilidades de ganhar. A Bábá é que em boa hora escolheu. Prestes a chegar a primeira dama da nossa edilidade, esteve quase, quase, predestinada a ganhar a vida com anúcios foleiros do BPI, nos quais seria obrigada a cortar o cabelo e dar festinhas a porcos (em vez de brilhar com perguntas inteligentes no 'Páginas Soltas') e a acabar mãe de um qualquer Pedro Manuel Santiago Miguel Ramos (no lugar de um distintíssimo Diniz Maria). A Bábá vai longe, ah pois vai.

Canzione

de nada vale amor que mero
ocupa verso e rima: se vero
não poupa: se raro preocupa
amor que vale arde e machuca

se é chama volteia como quero
se dura se trai in natura: erro
sei que não sei: amor mor se matura
e da própria substância se satura

requer já outro amor que cumpra
prometa mais ventura: pois nunca
mesmo a cumprirá: falho em candura
de amor se cai de suma altura

António Fernando de Franceschi

quarta-feira, março 23, 2005

Estado de Graça

  1. Autorização à venda de medicamentos que não necessitam de receita fora das farmácias;
  2. Fim dos 2 meses de férias judiciais;
  3. Imposição de regras quanto aos cargos da administração pública que dependem de nomeação política;
  4. Estágios a recém-licenciados em PME;
  5. Combate aos monopólios das antigas empresas do estado (EDP, PT, GdP) e criação de um ambiente de verdadeira concorrência.
Ouvi pouco sobre a educação e assusta-me as anunciadas obras públicas para "estimular a economia", mas por enquanto rendo-me à evidência de que não se estão a portar mal. Dir-me-ão que o ponto de comparação anterior era tão mau que me distorce a análise, que são medidas que apenas afloram os problemas, não abanam as estruturas ou que são meros planos de intenções. É verdade, mas também é verdade que são bons sinais. É bom sinal o discurso de Sócrates ser muito mais liberal do que de esquerda. É boa a pose/atitude de pouco populismo e é bom que mantenham alguma distância em relação à comunicação social.

terça-feira, março 22, 2005

Famílias


Uncle Vernon, Uncle Vernon
Independent as a hog on ice
He's a big shot down there at the slaughterhouse
Plays accordion for Mr. Weiss

Uncle Biltmore and Uncle William
Made a million during World War II
But they're tightwads and they're cheapskates
And they'll never give a dime to you

Auntie Mame has gone insane
She lives in the doorway of an old hotel
And the radio is playing opera
All she ever says is go to Hell

Uncle Violet flew as pilot
And there ain't no pretty girls in France
Now he runs a tiny little bookie joint
They say he never keeps it in his pants

Uncle Bill will never leave a will
And the tumour is as big as an egg
Has a mistress, she's Puerto Rican
And I heard she has a wooden leg

Uncle Phil can't live without his pills
He has emphysema and he's almost blind
And we must find out where the money is
Get it now before he loses his mind
in "Cemetery Polka", Tom Waits, 1985

Jorge Veríssimo Monteiro

Nas palavras do Capitão Roby: “Fiquei chocado pela qualidade, pela facilidade em que nos entrosámos” “Houve efectivamente uma comunicação imediata”.
A mim também me pareceu. Aliás, desde já aposto num entrosamento com a Arlinda Mestre.

segunda-feira, março 21, 2005

Corporativismo

Alguns dos responsáveis pelos serviços de Justiça em Portugal não demoraram a reagir à medida anunciada pelo Governo de acabar com os 2 meses de férias judiciais:

«O problema da morosidade da justiça, que é grave e tem de ser enfrentado, necessita de outras medidas que não esta», Alexandre Baptista Coelho, presidente da Associação Sindical dos Juízes.

«A redução do período de férias judicias para um mês, só por si, não vai resolver grandes problemas. Alias, é nesse período que os tribunais têm tempo para recuperar processos que estão atrasados», Rogério Alves, bastonário da ordem dos advogados

Estes senhores querem convencer-nos que é normal que os tribunais, orgãos que prestam um serviço essencial aos cidadãos, fechem todos os anos 2 meses seguidos. Não é normal!!!!! Por mais argumentos que arranjem isto nunca fará sentido. Podem dizer que há outros problemas para resolver mas, por amor de Deus, ponham os pés na terra. Será que eles acham justificável um banco, uma seguradora, um restaurante ou uma prestadora de serviços de telecomunicações fechar 2 meses seguidos?

The Life Aquatic with Steve Zissou II

Não é genial nem imprescindível mas é muito giro. Este realizador consegue fazer filmes que evocam a infância (o Rushmoore já o fazia), sem serem charopadas à Spielberg. Os actores são excelentes e a cena de genérico final tem o condão de nos fazer sair do cinema com um sorriso nos lábios. Para além disso tem música do David Bowie da fase Hunky Dory/Ziggy Stardust.

quinta-feira, março 17, 2005

O regresso da filha pródiga

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Fátima Felgueiras (actualmente mais loira e bronzeada do que na fotografia) garante que volta a Portugal no dia do seu julgamento. A autarca só ainda não abandonou a sua casa de Niterói, porque anda a ver se encontra e traz consigo, de volta a Portugal, o Padre Frederico e o ex-secretário de Carlos Cruz, Carlos Mota.
Foi aliás, com essa missão, que o PS a enviou a terras de Vera Cruz. A história do saco azul é apenas um disfarce.

The Life Aquatic with Steve Zissou

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Quem reabilitou o excelente Bill Murray não foi a filha do Coppola mas sim o original Wes Anderson (Rushmore e The Royal Tenenbaums). Quem viu algum desses filmes, ambos com Bill Murray, sabe que este é um dos novos realizadores americanos que vale a pena seguir. Ora o jovem Anderson decidiu fazer um filme em homenagem ao seu herói de sempre, o francês Jacques Cousteau, cujos documentários o fascinavam em miúdo. Juntou um elenco modesto (Bill Murray, Angelica Huston, Cate Blanchett, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Owen Wilson), acrescentou-lhe canções do David Bowie cantadas em português pelo brasileiro Seu Jorge (que também entra no filme) e fez um filme que deve ser, no mínimo, original. Estreia esta semana. Depois de ver logo vos direi se gostei ou não.

quarta-feira, março 16, 2005

Aimee Mann

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Novo disco "The Forgotten Arm" sai dia 3 de Maio.

Letra precisa-se

Alguém me faz uma letrinha para esta música. É que repetir o mesmo verso 4 vezes fica um bocado repetitivo. Mandem para almiscarado@sapo.pt

Vergonha Alheia

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Há jogadores profissionais que se enganaram na profissão. Até aqui tudo bem - o mesmo acontece noutras profissões. O que é estranho é que há treinadores e dirigentes que parecem ter uma total incapacidade de discernimento em relação a esses jogadores. Alimentam-lhes as carreiras com oportunidades de jogar em clubes razoáveis e justificam a sua patente falta de vocação com falta de sorte.
O Benfica, apesar de ser o melhor clube do mundo, tem sido pródigo em acolher estes homens. Assim de memória, só nesta época, já jogaram com a camisola do glorioso três grandes equívocos: Argel (vá lá, já o venderam), Karadas e Paulo Almeida. O Sporting, no entanto, tem nas suas fileiras o rei dos jogadores-equívoco: Hugo. Este rapaz parece ser boa pessoa e dizem que é esforçado. É um crime alimentar-lhe o sonho inalcançável de ser um bom jogador profissional. Por favor, para bem dele e de todos os espectadores com bons sentimentos, não o deixem jogar mais.
Quando este blog for mais popular, à semelhança do que o Pedro Mexia fez com a lista das melhores bandas nacionais, faço uma votação para os piores jogadores que já vestiram as camisolas dos 3 grandes nos últimos 20 anos.

Mais uma grande figura dos nossos tempos

..a par do Luís Pereira de Sousa e do João Pedro Pais. Não, não é a Lydia Barloff, é a Dulce Pontes.

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sexta-feira, março 11, 2005

O Modernaço

O Dr. Correia de Campos, na sua ultima crónica semanal no Público, antes de embarcar na aventura governativa, decidiu piscar o olho à juventude: "Mas quatro anos serão tempo a menos, tempo curto, tempo bem utilizado,..., se todas as escolas disseminarem conhecimentos de saúde e sobretudo de vida saudável pelos seus alunos, criando nos adolescentes a noção de que o desporto sadio é tão "cool" como a 24 de Julho...". E porque não tão "cool" como o Bananas? Ou o Ad Lib? Não estudam os assuntos e depois dá nisto.

quinta-feira, março 10, 2005

Separados à nascença

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Carmona Rodrigues e Augusto Santos Silva

Bob Dylan canta Townes Van Zandt

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Tomem lá. Depois não digam que não sou amigo.

Neo-Colonialismo

Não sei onde vai parar o país de Asterix. Houve hoje uma enorme manif em Paris para reivindicar as 35 horas de trabalho/semana, a melhoria do poder de compra e outras coisas do género (trabalhar menos e ganhar mais). Os franceses estão sempre a protestar e não me parecem muito amigos do trabalho. Acham que o Estado tem a obrigação de lhes garantir tudo e mais alguma coisa.
Parece que o fluxo migratório de Portugal nos anos 60, que chegou a transformar Paris na terceira cidade portuguesa, deixou marcas profundas.

(des)CLASSIFICADOS

Há dias, afligiram-se umas tantas almas com a pública recusa de um padre em dar a comunhão a certos pecadores empedernidos. Mas afligiram-se porquê?

A Igreja, como qualquer associação livre e espontânea de pessoas, tem todo o direito de só reconhecer entre os seus quem bem entender.

E todos aqueles que se sentem ofendidos por se verem excluídos da comunidade da qual tão ligeiramente julgavam fazer parte, devem lembrar-se que para um verdadeiro benfiquista não basta pagar as cotas ou vestir o cachecol ao fim-de-semana, é preciso ser também um bom pai de família.

Como pode alguém ser católico mas “discordar de muitas coisas que diz a Igreja Católica”? É como ser, digamos, comunista e discordar da ideologia do PCP.

Aliás, mais extraordinário que o anúncio do Padre Nuno Serras Pereira, é o silêncio da própria Igreja Católica. E é extraordinário porque não é inocente. Porque é sinal da consciência que a Igreja tem de que, no momento em que abandonar esses pecadores empedernidos, deixa de, sobre eles, poder exercer qualquer poder.

E isso, naturalmente, não lhe interessa.

quarta-feira, março 09, 2005

Cavaco e El Niño

A gripe está a estragar-me as férias. Parece que Bali vai ficar para o fim de Abril. A culpa é do Cavaco! Ou do El Niño! Isto nunca mais foi o mesmo.

sábado, março 05, 2005

Vá lá, vá lá..

O Socras não pôs lá a Edite.

sexta-feira, março 04, 2005

Direita é Cool

Não sei explicar bem porquê mas sinto-o: a direita está na moda. É o Pedro Mexia e os outros bons bloguistas de direita; é o Miguel Esteves Cardoso que voltou a escrever para a imprensa; é o Clint Eastwood que faz os melhores filmes do nosso tempo (ele que já foi Governador pelo partido do Bush). Há aqui uma onda de moda a crescer e que se manifestou nas últimas eleições (não esqueçamos que a veradeira moda está do lado oposto ao do povão). Não falemos na vitória do PS mas antes na saída do Portas. Que classe!
Espero ao menos que os nossos pseudo-vanguardistas abandonem de vez o cabelo rasta e a mala de serapilheira a tiracolo. Já não há pachorra para os militantes do Bloco de Esquerda que se passeiam pelo Bairro Alto de ombros caídos e um visual revolucionário fora de tempo. Será que vamos ter uma vanguarda chique, bem penteada, bem vestida e bem cheirosa pelas ruas de um Bairro Alto limpo e sofisticado? Os modernos voltarão a tomar banho?
Agora que se arrumou o Nuno da Câmara Pereira no centro, deslocando com ele a direita que nunca será moda (a dos fados e touradas), não duvido: a direita é cool.

Charles and Camilla


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Que viva España!

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quinta-feira, março 03, 2005

Surfer Rosa



Quando vos disserem que os anos 80 só trouxeram porcarias para a música popular, não acreditem. Entre 1987 e 1991 o maior grupo de rock de todos os tempos (reservo-me o direito de classificar outras bandas do mesmo modo no futuro - há uns quantos "maiores grupos de rock de todos os tempos") editou 5 discos que deitaram por terra os argumentos daqueles que diziam que o rock estava morto. O segundo desses discos, Surfer Rosa, é o meu preferido. Ainda ontem o ouvi enquanto fazia a minha corridinha no Holmes Place e confirmo: É o melhor disco de rock de todos os tempos. As canções são todas perfeitas, a bateria parece que está mesmo ao nosso lado, o Black Francis grita que nem um desalmado, a Kim Deal contrabalança com voz celestial, as guitarras distorcidas misturadas com guitarra acústica de 12 cordas lançam raios eléctricos nos nossos ouvidos. É estranho. É violência misturada com pastilha elástica cantada em espanholês. Primeiro estranha-se...

Vícios

Um programa com classe

«Filipa Gonçalves, uma das concorrentes confirmadas na 'Quinta das celebridades 2', admite duvidar de que a sua mudança de sexo, ao ser do conhecimento público, seja uma vantagem para a sua participação no programa da TVI, mas sente ser capaz de enfrentar qualquer coisa...» - Diz: «À partida, as pessoas que vão para dentro da ‘Quinta’ terão classe suficiente para não me chamar certos nomes. E se algumas dessas pessoas me chamassem certos nomes elas é que ficariam mal, porque olho para mim e não me vejo transexual nem nunca me vi um homem. Eu sou uma mulher, portanto, cairia mal às pessoas dizerem certas coisas.» in Correio da Manha

A filha de Néné confia na classe dos outros concorrentes da Quinta. Como todos sabemos, aliás (para quê repeti-lo...) foi a classe dos concorrentes da versão 1, que tanto contribuiu para o sucesso do programa.

quarta-feira, março 02, 2005

Algo me diz que há aqui intervenção do Abominável

«Um sacerdote católico publicou hoje um anúncio participando "aos interessados" a sua recusa em dar a comunhão aos católicos que usam meios contraceptivos, recorrem à reprodução assistida ou aceitam a actual lei em vigor sobre o aborto.

No anúncio, o padre Nuno Serras Pereira invoca o cânone 915 do Código de Direito Canónico para, "na impossibilidade de contactar pessoalmente as pessoas envolvidas", lhes dar conhecimento público de que "está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes".

Nestes incluem-se todos os que usam "diversas pílulas, DIU e pílula do dia seguinte" e os que recorrem a "técnicas de fecundação extra-corpórea, selecção embrionária, criopreservação, experimentação em embriões" e outros métodos de reprodução medicamente assistida.

Votar ou participar em campanhas a favor da legalização do aborto, aceitar ou concordar com a actual lei em vigor (6/84 e seus acrescentos) também são motivos que impedem o padre de dar a comunhão, além da eutanásia.

O cânone 915 diz que "não são admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto", explicou à Agência Lusa, o professor Saturino Costa Gomes, director do Instituto Superior de Direito Canónico.

Ou seja, "os sacerdotes podem recusar a comunhão" a todos os católicos relativamente aos quais têm conhecimento de que cometeram ou cometem um pecado grave, segundo o que está estabelecido nos preceitos da Igreja Católica.

A Lusa tentou contactar o padre Nuno Serras Pereira, que reside no Seminário da Luz, sem sucesso até ao momento.

O Patriarcado não quis fazer declarações sobre o assunto. » in iol

António Vitorino

Se se confirmar a notícia do Jornal de Negócios de que António Vitorino não fará parte do novo governo, para integrar um dos maiores escritórios de advogados nacionais, é muito triste. É triste porque é sinal de que o Dr. Vitorino trai aqueles que votaram no PS (também) baseados nos sinais enganadores que ele transmitiu ao aceitar elaborar o programa de governo deste partido. É óbvio que muitos votaram no PS acreditando que ele não recusaria um cargo de ministro num novo governo socialista e é óbvio que ele não foi ingénuo ao transmitir sinais enganadores. É triste porque dá a ideia que Vitorino, que é respeitado por grande parte dos Portugueses pela sua competência e honestidade, se põe a jeito para ser um activo precioso numa destacada empresa da actividade de venda de serviços de lobby político, que é uma das linhas de negócio em que os grandes escritórios de advogados se especializaram. É triste porque confirma a ideia que, mesmo dos políticos que mais consideramos, não podemos esperar atitudes patrióticas.

terça-feira, março 01, 2005

O Abominável César das Neves

Ontem tive oportunidade de ver e ouvir o Abonimável César das Neves num programa na rtp 1, sobre religião (católica, claro...). Fiquei a saber, eu e mais alguns milhões de espectadores ( a juntar ao tanto que já nos ensinou) que o Código Da Vinci encerra uma conspiração contra a Igreja Católica, destinada a enfraquecer os seus valores e a desvirtuar a mensagem de Cristo, ao centrar a sua história na questão da sexualidade do Filho de Deus.
Como diz o Abominável (e disse mesmo), seria o mesmo que escrever um livro sobre o mau hálito do Presidente Sampaio, com o objectivo de desviar a atenção para questões acessórias (como, a seu ver, é acessória a sexualidade de Jesus) e esvaziar a sua mensagem política. A jornalista (Márcia Rodrigues) ainda lhe perguntou o que é que o prof. tinha contra o Presidente da República, mas ele respondeu que antes pelo contrário, era exactamente pelo respeito que a figura lhe inspirava (a despeito do mau hálito, certamente) que o tomava como exemplo...
O Abominável acrescentou, que não é novidade este infame ataque à Igreja, agora perpetrado por Dan Brown - Os católicos, estão, desde sempre, habituados a sofrer.
Não fosse o alerta e o apelo do Abominável à Guerra Santa contra os filhos do Demo, como Dan Brown, e nunca este ascenderia à categoria de Salman Rushdie.
Ó abominável, afinal é só um medíocre livrinho de aventuras... E parece que virão mais.

Can't take my eyes off you